terça-feira, 8 de junho de 2010

Poluição sonora ameaça algumas espécies de peixes.


Um estudo publicado na revista "Trends in Ecology and Evolution" revelou que algumas espécies de peixes estão a ser ameaçadas pelos crescentes níveis de poluição sonora.
A investigação realizada por cientistas europeus avaliou o impacto que o barulho criado por plataformas de gás e petróleo, navios, barcos e sonares tem em espécies de peixes nos oceanos de todo o mundo. De acordo com os resultados obtidos, a maioria dos peixes tem uma audição apurada, pelo que o aumento nos níveis de ruídos afecta a sua distribuição nos mares e as suas capacidades de reprodução, de comunicação e de evitar predadores.
"As pessoas sempre assumiram que o mundo dos peixes era silencioso", referiu o biólogo Hans Slabbekoorn, da Universidade de Leiden, na Holanda. No entanto, esta investigação fez uma medição da capacidade de audição dos peixes e concluiu que os ruídos que resultam da actividade humana a baixo da água têm potencial para afectar estes animais da mesma forma que o barulho do trânsito afecta os terrestres.
"O nível e a distribuição do barulho aquático está a crescer a nível global, mas recebe pouca atenção", sublinhou Slabbekoorn.
Cardumes menos coerentes
Alguns estudos relatam que o arenque atlântico, o bacalhau e o atum-rabilho fogem de sons e formam cardumes menos coerentes em ambientes barulhentos.
Os cientistas constataram também que a sensibilidade da audição varia de acordo com o peixe. O bacalhau do Atlântico, por exemplo, tem uma capacidade auditiva "média", segundo os investigadores, enquanto o peixe-dourado de água doce consegue ouvir frequências mais altas.

Assim, a distribuição dos peixes nos mares pode ser afectada, já que estes animais começam a evitar áreas com muitos ruídos. No caso da comunicação, sabe-se que 800 espécies de peixes de 109 famílias produzem sons, geralmente em frequências menores do que 500 hertz.

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